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Mostrando postagens de setembro, 2013
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A noite dos casacos vermelhos em 3ª edição Na próxima quinta-feira (24 de outubro), no hall do complexo de auditórios do Tribunal Superior Eleitoral (em Brasília), será lançada a terceira edição de A noite dos casacos vermelhos, um romance que até agora me tem dado grandes frutos.  Haverá leitura pública de trechos do livro. Em novembro, se tudo correr bem, sairá a edição em inglês, voltada principalmente para o Natal americano, traduzida por Talita Sales e Aaron Stanley, um dos articulistas do  Financial Times . Já recebi alguns dos capítulos em língua ianque.  O livro continua fazendo sucesso na Espanha e nos EUA, em espanhol. Pelo menos dois comentários, um do Brasil e outro dos Estados Unidos, orgulha-me reproduzir: "Me encantó, quiero más libros así. Totalmente recomendable!!! Intriga hasta la última página. Espero continúen, ya que lo leí en una hora" (Gabriela Macagno, 26.8.2013); "Parabéns ao autor pela magnífica escrita. Apesar de a temática do li
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Humanidad: Casa de Demolição (Poemas) Humanidad é um livro que escrevi como forma de me reconectar com a Terra e a minha herança amazônica, não sem alguma desesperança. Creio que estamos (ou já chegamos) aos limites do não retorno , em que as permanentes e sucessivas agressões que perpetramos ao planeta e aos demais seres que nele vivem já não podem mais ser detidas e tendem a se agravar de forma exponencial. Há, aliás, toda uma teoria de base quântica que fala disso. Pode ser uma visão catastrofista, mas infelizmente não vislumbro,  hoje,   alternativa nem sinais de uma outra. O poema principal, que dá título ao livro, em duas estrofes resume aquilo que penso quanto ao destino cósmico desta nossa espécie degenerada:   [...] Quando ouço dizer Devemos salvar a Terra penso: a Terra em sua trajetória cósmica de zilênios salvar-se-á a si não importa o que desaconteça . * Nós é que iremos nos desfazendo em massa informe, vapor de espécie, limos
"Estanho e cobre" é um de meus contos de juventude, um dos textos de Valsa para Edgar Furioso , livro que sairá em novembro em segunda edição revista. Escrevi-o aos dezenove anos, inspirado num estrangeiro soturno, distante e bom que conheci remotamente, amigo de amigos, um ser admiravelmente solidário que se perdeu (ou se encontrou) no mundo. Estanho e cobre Adensa a umidade no chão. O peso das mãos fixa na argila um rosto. Na moeda de barro desenha-se o perfil de César. De nada adianta se te falo por enigmas, se o canto sai da boca como os ais de um renegado. És tu quem modela o barro. És tu, crível e incrédula, que podes com um sopro estilhaçar o orgulho do Imperador. E, no entanto, franqueias teu lar ao infame, abres tua porta com tamanha ânsia à espada, à clava, a o que te esmaga. Na primavera de 1980, John Haeckel, poeta e filósofo renegado, ainda apascentava os olhos e nutria o espírito na calma e distante Floresta Negra quando
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Uma nova história de Brasília Uma história pop, em linguagem rápida e texto fluente, mas com incomum precisão investigativa, desmistificadora de relatos oficiais e reveladora de heróis de carne e osso – sobre a capital do país. Isto é A Bailarina Empoeirada: Histórias do Povo de Brasília , o livro de Luiz Humberto e Noemia Boianovsky que editei com muitíssimo prazer, lançado em agosto deste ano. Registro aqui, em Palavras do Editor,  o comentário que fiz na abertura do livro, porque importante. O Correio Braziliense noticiou em meia página, em 12 de setembro. Palavras do Editor Durante muito tempo as narrativas sobre a história consistiram em erigir heróis e comandantes extraordinários, grandes feitos e templos grandiosos, gigantescos vilões e enormes vultos. Foi não sem resistência que, a certa altura, uma nova semeada de historiadores decidiu incorporar àquilo que grandemente se contava a visão dos simples, dos mínimos, dos anônimos, daqueles que, independentemente do grau
Há tempos eu cogitava escrever um poema que me possibilitasse recuperar parte da memória emocional de minha infância, os dias intensos que passei nas ilhas da Amazônia, as sedutoras praias de Algodoal, do Marajó.... esses momentos distantes. Um belo dia, após reler as muitas epígrafes de Moby Dick, de Herman Melville, para uma de minhas filhas, encontrei um modo de, digamos, fusão literária das minhas várias impressões de sal e sol, mar, paixão e aventura, com a melancolia dos rios da minha terra. Este poema consta do livro Ters, que pode ser encontrado em e-book na Amazon.com.br. Corsários A taverna é rubra, o chão recende a peixe e cervejas. Na janela, um simpático e quarentão pirata não esconde seus olhos de aventura, mostra-os ao mundo na força e vigor de muitas mortes. Seu rosto rebrilha os cristais submersos, o ouro nu das catacumbas e os objetos raros das cruéis pilhagens. Longe das margens seu navio aderna, vacila e sonha – e não encontra pouso.
Há mais de 20 anos tive um sonho. Nele, uma bela mulher branca de leite caminhava entre pessoas, numa clareira, cabelo ao vento .  Havia festa e fogueiras por todos os lados. Ela no entanto caminhava só. Eu a vi como raramente se vê. E subitamente ela também me viu. Era um sonho. Só muito mais tarde creio que a conheci (e reconheci): os mesmos olhos, a mesma paz até hoje comigo. A cor do fogo Para Elisabete Sonho felicíssimo tive de ti, amiga. Éramos (os dois) moços, com a perplexidade diante da vida que atinge os jovens e os incautos. Habitávamos não sei que paragens cheias de gente e de pradarias; cantores, viciados, bêbados, todos luminosos, apaziguados, santos. Havia um de voz mais estridente, um deslumbrado cantor; uma vertigem de mulher, loura de fogo, atirando flores para o alto. Meninas passavam cantando odes para a América e ao longe um vapor de vinhos, um odor de carnes tostando num recente fogo. Assistíamos a tudo,