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Mostrando postagens de 2016

Instante

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chega-me subitamente a visão em névoa de teu outro movimento de água peixe que é concha magra ostra em que me agasalho como um polvo de quem levassem os braços em ti navego o "não" de todos os espaços enguia azul, réptil gerando um ovo ao redor de todos os planetas diante de ti é que me vejo novo sem as rugas de minha dor aberta e giro como um menino ao redor de girassóis – cometas caindo num oceano bem maior e aqui hei de ficar lagoa seca seco córrego... fio de água vazante aqui te encontrarei lua e sereia à luz dum sol de meia-noite e meia

O vermelho e o negro

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Há um livro de Stephen King, À espera de um milagre , que originou um filme estrelado por Tom Hanks e Michael Clarke Duncan. Esse filme tenta nos sensibilizar para o fato de que o bem pode às vezes ser atingido de morte pelas injustiças, se permitirmos que as injustiças aconteçam , s e deixarmos que tudo fique como está, já que está assim por tanto tempo. Milagres não são mágicas. São, isto sim, a manifestação de uma determinada fé. Para os que creem, essa fé é capaz de agitar os céus, mover montanhas, realizar prodígios. Eu tenho fé em pelo menos um milagre nestes tempos críticos: o de que ainda é possível transformar o mundo – em favor do bem, pela Humanidade. Mas também sei que para transformar o mundo é necessário mudar positivamente o Homem (a espécie humana), o que significa, para cada um de nós, executar a difícil tarefa de transformar-se a si mesmo. É preciso mudar a si mesmo... continuamente, positivamente. E na maior parte das vezes não somos capaz de vencer esse

O oposto da inércia

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Há quanto tempo isso está assim?  Um dos elementos formadores da palavra administração traz a ideia de movimento.  Administrar tem a ver com agir , o oposto da inércia,  portanto .  É isso, simplesmente: fazer com que algo, por impulso ou por atrito, vá pra frente.  Mas como movimentar-se pode ser algo que se faça para quaisquer dos lados (ou mesmo para baixo ou para cima), há quem siga... para trás.  Há muito tempo cogito que um dos grandes problemas do país, talvez um dos mais profundos, porque disseminando-se e expandindo-se, em metástase, é a falta de gestão, sobretudo a gestão pública.  Indicadores Algumas coisas mínimas, porém, precisam ser feitas, se se pretende gerir algo.  Uma delas é ter indicadores para medir o que se faz, ter os números de nosso desempenho. Um dos sinais de que gerimos predominantemente mal está no fato de que os nossos administradores (sobretudo os gestores públicos) não medem nada. Sem saber os números do que se faz, os percentuais de erros

Se o mundo fosse acabar, me diz o que você faria... se só te restasse este dia

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A canção apocalíptica de Paulinho Moska traz uma provocação: "O que você faria se só te restasse este dia? Se o mundo fosse acabar, me diz o que você faria... se só te restasse um dia." Se não mudarmos o rumo da história humana no planeta, não nos restará mesmo muito mais tempo.  A pergunta de Moska deixa então de ser uma jogada poética – e passa ao estado de uma verdadeiramente incômoda interrogação existencial. "Se o mundo fosse acabar, me diz o que você faria se só te restasse um dia..." Tenho usado essa música como abertura de algumas de minhas palestras mal chamadas de "motivacionais". Na tela do projetor, uma sucessão de imagens (dramáticas, sim) do que temos sido de insanidade e ignorância nos últimos tempos. Quando a música cessa, fica na tela a pergunta: "O que você faria?" Quem se aventura a responder apresenta muitas vezes depoimentos cuja natureza é doloroso aqui reproduzir (e eu não o faria). Percebemos então que a percepç