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Mostrando postagens de setembro, 2015
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Sereia de fogo dos lagos de pedras verdes Imagem: Luiz Braga (PostFace) Eu não estaria assim, se não fosse o fato de ter dormido tarde, o dia amanhecer nublado e o sol não existir quase infantil a estas horas no parapeito das janelas.  Quando isso acontece, espreguiço-me na cama sem esperança e vejo pela janela sem cortinas que as nuvens vagam um silêncio morno por todo o espaço, com seu peso de vapor de chumbo e a agonia dum louco que arrastasse gritos pela casa.  O mundo lá fora, assim, nunca é além do frio/calor que nos percorre por dentro as veias, rio fininho de água e óleo, leite e amoras. E há o desespero de não ter feito tudo quanto durante tantos anos, de espedaçar-se pelo meio do caminho, de ter de ouvir a voz desagradável da insidiosa que se senta ao meu lado e quer o teu mal a todo custo. Passou a existir entre nós essa ponte intransponível que vai do ontem ao vento, do agora ao abismo.  Por isso estamos sós.  Ouvimos que são de sinos os sons que dobram na

A Base Fênix em Bas Saint-Laurent

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Poeira de estrelas A partir do dia 29 deste mês (terça-feira), por um período de sete dias, a Amazon colocará em promoção o romance "O despertar de Fênix", minha primeira experiência com a ficção científica. Sempre alimentei um grande fascínio pela astronomia e pelos mistérios interplanetários; a imensidão do Cosmos até hoje desvia a minha percepção da estreiteza deste parco mundo humano e seus dilemas e me joga na cara que nada mais somos que poeira de estrelas. "O despertar de Fênix", resultado dessa reflexão, está desde seu lançamento entre os eBooks mais vendidos em sua categoria na Amazon. Se você gosta desse gênero, aproveite essa oportunidade. TRECHO "Em menos de um ano estavam concluídos os laboratórios da Base Fênix em Bas Saint-Laurent. Foi nesse lugar paradisíaco que eu e mais 21 pessoas, homens e mulheres, voluntariamente nos submetemos a um novo processo de congelamento ainda em experiência denominado 'O Despertar de Fênix',

Uma canção para Elise

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Pour Elise Entre vasos de flores, barro e panelas; em meio a cortinas sem veludo, carro e janelas... u ma história de amor. Simples assim. Sim, está certo: quase nunca não haverá música de fundo. Na maior parte do tempo, estaremos apenas mudos, a andar daqui para ali porque não há outro jeito: a vida segue, as contas chegam, a idade avança, a noite cai sobre todos os mortos. Mas se você ainda estiver vivo e disposto, haverá dias em que até planta e passarinho aparecem na sacada, crescem papoulas no limo da varanda, o sol grita lá fora e à tarde há o som de chuviscos no telhado. Um caso de amor. Simples, sem fim. Creio nele porque o vivo cotidianamente, quase nunca da melhor forma possível, com a angústia de todos os percalços, golpeado por seus altos e baixos, a esperar que um dia faça sol, que noutro dia chova. Um caso de amor nunca é fácil assim. Sim, há dias em que sem ela é impossível respirar, os instantes como que não passam e um deserto de ninguéns se f