Fiz há mais de uma década um pequeno poema sem pontuação para a minha filha mais inquieta, hoje com 14 anos de idade. Publiquei esse texto singelo no livro que escrevi para Bela. Eu o encontrei perdido nos arquivos do computador que uso agora. 
Ei-lo aqui.

Nathália


quando vieste
de tão longe
eu já não tinha espanto
a casa era pequena
as janelas sem cortinas
aprisionaram o vento
que te anunciava

eu não ouvi batidas
de tua mão na porta
não disseste logo
que virias tarde
após terem chegado
tantos outros pássaros

foste o mais selvagem

os teus olhos negros
invadiram a noite
desta minha alma
inundaram os rios
do meu corpo
morno

teu canto diferente
embalou-me o sono
e me levou os sonhos
tua algazarra

pequeno terremoto
particular El Niño
de minhas madrugadas

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